quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Tron: O Legado.

Vinte e oito anos se passaram desde que Tron foi lançado e agora a sua continuação chegou aos cinemas para mostrar se realmente é tudo aquilo que ele mostra nos trailers. E afinal, ele realmente é?

Em Tron: O Legado, 25 anos se passaram e conhecemos Sam Flynn, filho de Kevin Flynn e que não por acaso também é um gênio tecnológico como o próprio pai e que depois de começar a investigar seu desaparecimento acaba sendo sugado para o mundo eletrônico descoberto pelo seu próprio pai, que vive lá, preso por vários anos. Mas é claro que existem mais coisas por trás disso tudo, porém eu vou deixar você descobrir e entender (não é fácil) a história que há além de tudo isso.

Sem dúvida alguma, Tron: O Legado é um filme muito bonito, com cenas de encher os olhos. A escuridão presente no mundo eletrônico (A Grade) acaba combinando com as cores azul e vermelho, é estranho como um filme tão escuro pode ser tão claro... O 3D é muito bacana, vale à pena sim colocar os óculos e pagar um pouco mais caro para conferir o filme no formato, mas como não assisti o filme em 2D não posso lhe dizer o quão grande é essa diferença.

Alguns personagens são carismáticos, porém, mal trabalhado, o próprio protagonista não tem muita personalidade, mas nada que a Olivia Wilde não salve com a encantadora Quorra. Temos até um Charada do mundo eletrônico! O personagem Castor fala, anda e age como o Nigma de Jim Carrey, com direito até à poses semelhantes, sério, é impossível olhar pro personagem e não esperar um: “Pode me chamar de... CHARADA!”.

O grande problema em Tron: O Legado está na forma que o mundo que conhecemos no filme de 1982 foi reconstruído. Não sei quanto a você, mas eu não consigo imaginar programas de computadores se divertindo em uma balada e até bebendo, dançando... É claro que podemos ver na trama do filme que aquele mundo evoluiu, se desenvolveu, mas neste filme, perdeu-se a idéia fixa de que estamos dentro de um mundo eletrônico, computadorizado, pois em Tron: O Legado, há momentos que em que parece que estamos num mundo como o nosso, porém, com pessoa vestidas de um jeito bizarro.

A trilha sonora do filme, que foi feita pela dupla Daft Punk, é incrível! Combina perfeitamente com o filme, claro, porém, em certos momentos ela não combina com o que está acontecendo no filme, em certos momentos falta a combinação entre clima e música.

Tron: O Legado chegou e decepcionou, apesar de belo e animador, o filme tinha realmente um legado brilhante deixado pelo seu antecessor, porém, ele parece ter sido ignorado e foi nisso que o filme se prejudicou, pois você pode perceber que caso o legado deixado pelo Tron de 1982 tivesse sido utilizado talvez por mãos mais experientes, nós teríamos um filme que cumpriria todas as promessas que fez.

Nota: 6.

Tron: O Legado.

Tron: Legacy.

EUA, 2010 – 125 Minutos.

Direção: Joseph Kosinski

Roteiro: Edward Kitsis, Adam Horowitz.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada.

Em 2009, quando a Disney anunciou que havia abandonado a produção de As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada, confesso que fiquei feliz. Nárnia foi feito para crianças, claro, mas com a Disney envolvida nos dois primeiro filmes, fez com que eles ficassem extremamente infantis e eles já começaram errado optando por lançar os filmes sem fidelidade à ordem cronológica dos eventos, mas sim, apenas se importando em contar as história vividas pelos Filhos de Adão em Nárnia. Pois bem, Disney está fora de jogo e agora temos o melhor filme da série até aqui, mas que errou na fidelidade à obra original e não digo isso quanto à fidelidade à história, mas sim a essência da história o que torna o erro ainda mais grave.

Voltamos a Nárnia desta vez acompanhados apenas dos dois irmãos mais novos, Lucia e Edmundo e Eustaquio, o primo insuportável que só sabe reclamar. Nárnia está a salvo, não há guerras, porém os três humanos embarcam no Peregrino da Alvorada e exploram os mares de Nárnia atrás das Sete Espadas dos Sete Fidalgos que estão espalhadas em diversas ilhas para reuni-las e banir o Mal que ameaça dominar Nárnia outra vez.

Os cenários do filme são impressionantes e belos, mas não ao ponto de me deixar com vontade de assistir o filme em 3D. A atuação dos atores não está ruim, você claramente o trabalho bem feito do elenco principal que se esforça para manter fidelidade ao caráter de seus personagens. O filme contém uma boa dose se humor, o que não atrapalha em nada, apenas deixa a trama mais agradável, leve e menos chata, quebrando a chatice dos filmes anteriores. As cenas de ação são divertidas e empolgantes, muito diferentes das cenas de ação dos dois primeiro filmes que são fracas e sem empolgação alguma.

O grande erro de Nárnia 3 está na fidelidade a essência do material original. As lições de moral, as ilustrações ao Cristianismo... Enfim, os princípios que C. S. Lewis tenta transmitir aos leitores é praticamente invisível no filme e foi neste ponto que o filme errou feio, o que pode deixar os fãs fiéis da Saga ainda mais decepcionados ou insatisfeitos.

As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada é um bom filme, supera os seus antecessores em todos os aspectos, pois diverte, empolga, mas não causa o impacto que deveria causar, pois apesar de ser fiel ao enredo, ele não foi fiel a mensagem que deveria transmitir, fazendo com que assim o filme perca seu verdadeiro objetivo.

Nota: 7.

As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada.

The Chronicles of Narnia: The Voyage of the Dawn Treader.

EUA, 2010 – 115 minutos.

Aventura/Fantasia.

Direção: Michael Apted.

Roteiro: Christopher Markus, Stephen McFeely, Michael Petroni.

Halo Reach.

Games no estilo First Person Shooter* nunca foram os meus favoritos, mas confesso que de um tempo pra cá alguns títulos chamaram a minha atenção. Tudo começou com Medal of Honor: Vanguard no meu saudoso Playstation 2 – um minuto de silêncio, por favor – e a hoje a minha saga de descobertas de games FPS continua no Xbox 360.

Na madrugada de 27 de dezembro eu concluí Halo Reach. Apesar de eu ter gostado muito de outro títulos como Halo 3 ODST e o impecável Call of a Duty: Modern Warefare 2, foi Halo Reach quem me satisfez, me divertiu e me deixou com os olhos brilhando ao fechar o game no modo Lendário, depois de horas e horas morrendo e matando –mais morrendo que matando- Covenants.

O game nos leva a eventos que antecedem os eventos do primeiro game da franquia e nos leva a Reach, um planeta colonizado por humanos que sofreu um ataque da raça alienígena e que um dia já foi local de treinamento do grande Master Chief, líder dos soldados Spartan.

O enredo do game e o modo que ele é narrado nos trás uma experiência cinematográfica ainda mais surpreendente que a do game CofD: MW2. Contendo muitos elementos dos outros games franquia, a jogabilidade de Halo Reach sofreu leves mudanças e isso não atrapalha em nada, muito pelo contrário, tornou o game muito mais agradável e divertido de se jogar. Os gráficos são impecáveis, os cenários são belíssimos e tudo no game tem um bom acabamento gráfico. Outra coisa impecável no game é a dublagem, é extremamente raro ver games com uma dublagem tão fiel e bem feita, mas Halo Reach tem isso.

Com fases que variam de tiroteios que parecem impossíveis de sobreviver até pilotagem de naves e jetpacks, o game empolga e faz com que você se sinta um verdadeiro soldado Spartan, pois ele trás a sensação de que é você quem está ali dentro do jogo e não como se você estivesse controlando um personagem qualquer.

Não há nada melhor do que jogar com amigos, pois o multiplayer do jogo é muito bem trabalhado, mas peca apenas no fato de poucos mapas estarem disponíveis, porém, isso pode ser resolvido com uma visita ao Market Place. A possibilidade de adquirir uma habilidade especial incluída neste título foi uma grande surpresa, você pode escolher entre correr, criar um holograma e enganar o inimigo, usa um jetpack, ficar invisível, criar um campo de força e até mesmo criar uma barreira de energia em volta do corpo que explodirá depois de um tempo e causará dano a quem está a sua volta. No modo multiplayer você pode escolher entre uma delas para usar e durante a Campanha você pode ir trocando de habilidade a medida que o jogo avança.

O que mais me divertiu em Halo Reach foi o fato de que pela primeira vez você é capaz de criar o seu próprio soldado customizando sua armadura, cor e etc. e ao decorrer do jogo você vai liberando mais alguns itens que pode aprimorar seu desempenho quando equipados.

Enfim, Halo Reach levou a série que vendeu milhões e milhões a uma melhoria surpreendente, conseguindo deixar o que era divertido ainda mais legal de se jogar. E agora, tudo o que resta aos fãs é esperar que sem a Bungie, o game consiga satisfazer os fãs como fez neste último título.

Nota: 10.

Halo Reach

Bungie

14/09/2010

FPS , Ficção Científica, Ação.


terça-feira, 7 de dezembro de 2010

The Walking Dead


Dia 31 de outubro de 2010, estreiou lá fora pela AMC, The Walking Dead. Baseada nas HQs de mesmo nome e com apenas seis episódios a série foi ar todos os domingos nos EUA e todas as terças pela FOX aqui no Brasil e chegou ao fim, porém, antes mesmo de todos os episódios irem ao ar, uma segunda temporada já foi confirmada para o final de 2011.

A história gira em torno de Rick Grimes, que depois de acordar de um coma encontra o mundo devastado por zumbis. E em busca da mulher e do filho ele acaba se juntando a um grupo de humanos para sobreviver ao apocalipse zumbi.

Quando eu assisti ao episódio piloto eu fiquei realmente empolgado com a série, ela trazia tudo que uma história zumbi precisava para ser boa e tinha algo mais ali.

Mas afinal, a série foi boa? Resposta: YEAH! The Walking Dead é uma série boa, porém, possuí suas falhas aqui e ali. O tema em si já faz de The Walking Dead uma coisa interessante, não é nada comum uma série que se trata de sobrevivência ao meio de um mundo infestado de zumbis, mas o modo que a trama é desenvolvida, a caracterização de cada personagem e atmosfera são algo que não estão na série com a força que faria da série uma série épica. Isso se deve a atuação dos atores que às vezes não são nada convincentes, porém, isso é algo que se pode relevar, pois quem acha a atuação do sexteto de FRIENDS impecável nos primeiro episódios da série? Resta termos esperança de que no futuro isso seja mais estudado e desenvolvido, pois nos episódios que a série tenta fazer isso, eles ficam insuportavelmente monótonos e deixa a série com ar de novela mexicana. As cenas de ação, a maquiagem dos zumbis são bem bacanas e eu acho que isso contribuiu bastante para que a série ganhasse os grandes números de audiência que recebeu.

Em suma, The Walking Dead é isso, uma série que começou bem, errando em alguns pontos, porém fazendo jus a mitologia que adotou e agora chegou ao fim deixando quem acompanhou a série implorando pela segunda temporada e na esperança de que todos os erros sejam concertados fazendo com que a série seja épica, pois há potencial para isso com todo o material que a AMC tem em mãos graças às HQs, que cá entre nós, só de dar um olhada por cima já dá pra deduzir o quanto esse universo criado por Robert Kirkman é sensacional.

Nota: 8.

The Walking Dead
AMC, EUA, Terror, Drama
50 a 60 minutos por episódio
6 episódios
Frank Darabont

Baseado nas obras "The Walking Dead" de Robert Kirkman.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Star Wars: The Force Unleashed II

Quando eu era um sonista* e tinha o meu saudoso Playstation 2, eu pela primeira vez em introduzi no universo Star Wars com o game Star Wars: The Force Unleashed. Eu não cheguei a fechar o game por algum motivo que eu desconheço...

Bom, agora eu sou um caixista** e me introduzi ainda mais no universo Star Wars, pois acredite, somente agora aos 17 anos eu finalmente assistir as duas trilogias e fechei Star Wars: The Force Unleashed. Porém, eu não estou aqui para falar dessa Saga (que são muito legais por sinal), eu estou aqui para falar de Star Wars: The Force Unleashed II, a continuação do game lançado para diversos consoles em 2008.

Diferente do game original, Star Wars: The Force Unleashed II ressuscita Starkiller e nos apresenta um game com gráficos que beiram a perfeição e fazem com que o gamer esqueça as falhas presentes no primeiro game. O cenário é muito bem trabalhado e rico em detalhes, e esse fato faz com que o jogador esqueça os pequenos erros que podem ser encontrados aqui e ali. Os efeitos sonoros são bacanas e combinam com o universo Star Wars...

A história é totalmente paralela ao universo da Saga e infelizmente ela chega a ser fraca e dispensável, pois uma das grande atrações deste game é a jogabilidade! No primeiro game ela não era assim tão aprimorada, mas agora, no segundo ela é bem mais desenvolvida e isso melhora ainda mais com o fato de que agora, Starkiller está munido de duas lightsabers! Os combos impressionam e o modo que ele usa a força e etc. também, porém, isso é a grande atração do game por algumas horas apenas, pois a magia se perde e o game acaba ficando repetitivo e você acaba descobrindo que destruir tudo com raios e lightsabers não é assim tão divertido.

O segundo grande atrativo são algumas seqüências de ação e isso é um problema em partes. Star Wars: The Force Unleashed II é extremamente exagerado em suas seqüências de ação, não é tão exagerado quanto o non-sense da SEGA: Bayonetta, o problema é que o game é extremamente exagerado para um game da Saga Star Wars! Starkiller pode ser considerado o Kratos do futuro! Isso é um problema em partes porque você acaba se empolgando com o game e depois acaba caindo à ficha e você se lembra: “Espera, isso é Star Wars...”. Se Starkiller existisse na Saga ele seria invencível, pois é essa é a mensagem que Star Wars: The Force Unleashed II passa enquanto você joga o game e é essa mesma mensagem que a Trilogia God of War passa e isso meio que bloqueia a mente de quem é fã da Saga e torna a experiência do game um tanto quanto ridícula.

Se você nunca assistiu aos filmes da série e desconhece esse universo o game é uma boa pedida e sim, ele é divertido. Vale sim a pena jogar esse game, porém se você já conhece esse universo pode achar Star Wars: The Force Unleashed II um game exagerado, bonito, porém, extremamente exagerado.

Nota: 7.


Star Wars: The Force Unleashed II

Lucas Art

29/10/2010

Hack n’ Slash Plataforma.

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*Sonista: aquele que possuí um console da Sony.

*Caixista: aquele que possuí um console da Microsoft.




sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte Um.

Estes são tempos sombrios, não há como negar” – são essas as primeiras palavras que abre o desfecho da Saga que está do meu lado desde quando eu me entendo por gente. Foram anos de angústia, empolgação, loucuras fanáticas, anseio pelo que estava por vir e tudo isso estava misturado com o desespero de que o fim estava chegando.

E o fim chegou.

Harry Potter marcou a minha infância e toda a minha adolescência e a melhor coisa que J.K.Rowling proporcionou aos fãs da série foi a possibilidade de crescermos juntos com a história. Depois de anos, acho que agora os fãs realmente podem dizer que receberam um filme digno e que faz jus ao universo que Rowling criou. Eu como pottermaníaco digo isso...

Como adaptação ele está impecável, o livro está lá, mais presente num filme da série do que nunca e você vê claramente tudo no seu devido lugar. Eu li uma dúzia de críticas e todas elas afirmaram que o filme começa agitado, mas depois fica calmo e cria uma atmosfera tensa. Eu não vi isso em nenhum momento, o filme realmente cria uma atmosfera tensa durante toda a fita, mas ele não se acalma em nenhum momento, talvez eu tenha sido o problema, pois eu não consegui me acalmar durante a sessão, eu tinha esperado tanto por aquele momento, ansiado tantos meses... David Yates deu aos fãs da série o que queríamos e o que nenhum outro diretor havia conseguido durante todos esses anos. A atuação do trio principal nunca esteve tão boa, eles entregaram sua melhor atuação em todos os filmes, Rupert Grint e Emma Watson estão fenomenais! A trama narrando a jornada do trio que agora está buscando Horcruxes e uma forma de destruí-las, os coloca a prova e são nesses testes e nessa jornada que vemos o quanto a série evoluí e o quanto Harry Potter deixou de ser coisa de criança. O filme não é fraco (para um filme da série) e mostra o amadurecimento de todos os personagens principais até aqui. Os cenários que abandonaram os corredores e salas de aula de Hogwarts foram para campos, florestas e planícies, são belos e transmitem de alguma forma a sensação de solidão do trio que se vê obrigado a crescer de verdade de uma hora para a outra. Os toques de humor temperam a atmosfera tensa que cobre Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte Um e as cenas de suspense deixam o filme o mais sombrio e sinistro até aqui, com direito até a sustos. A trilha sonora composta agora por Alexandre Desplat se encaixa perfeitamente com o clima criado pelo filme e isso o torna ainda mais sombrio.

Caso você não tenha assistido a todos os filmes você com certeza (além de estar perdendo muito) ficará perdido ao assistir Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte Um, mas caso você tenha assistido pelo menos aos filmes, as coisas podem parecer estranhas para você, como se o filme não tivesse uma conclusão, como se nada se resolvesse, mas pra quem é fã, pra quem leu os livros e acompanha Harry Potter desde o começo, sabe que Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte Um cumpriu seu papel e baseado no livro, o filme é extremamente fiel à parte que adapta e acaba deixando sua mente implorando pela segunda parte e preparada para o que está por vir.

Fato é: o fim está aqui, você queria ou não. Um dos maiores fenômenos da década está finalmente caminhando para a sua conclusão e não há nada que possamos fazer para mudar isso, portanto sente-se, espere e assista ao dramático, empolgante e perfeito final da Saga.

Nota como Pottermaníaco: 10.

Nota: 9.

Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte Um.

Harry Potter and the Deathly Hallows: Parte One.

EUA, Inglaterra, 2010 – 146 minutos.

Drama/Fantasia/Suspense.

Direção: David Yates.

Roteiro: Steve Kloves.

#Vi na pré-estréia e hoje verei novamente na estréia! ROUND TWO! YEAH!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Scott Pilgrim Contra o Mundo.

Eu me lembro que já no auge da minha era nerd, eu estava perambulando por sites de cultura-pop (um dos meus hábitos diários) e por várias vezes eu me deparei com títulos de notícias que anunciavam coisas sobre Scott Pilgrim Contra o Mundo, mas eu nunca havia dado atenção ao filme, pois o nome não havia soado legal para mim. Certo dia, (eu ainda não sabia absolutamente nada sobre o filme) eu cliquei na notícia que mostrava as primeiras imagens oficiais do projeto e me deparei com Michael Cera correndo com uma espada flamejante nas mãos. Aquilo explodiu minha cabeça na hora, primeiro porque era o bosta do Cera e outra, ele estava segurando uma espada flamejante! O Cera! O cara que fez Juno e Superbad! Que não sabe fazer outra coisa a não ser interpretar o mesmo tipo de personagem, empunhando uma flamejante e quebrando o pau por aí? Eu precisa entender aquilo.

Descobri então que Scott Pilgrim Contra o Mundo era a adaptação da HQ criada por Brian Lee O’Malley e que estava sendo levada aos cinemas pelas mãos de Edgar Wright. A história de trata do seguinte: Scott Pilgrim é um cara de vinte dois anos que namora uma colegial de dezessete e vive em Toronto, ele é baixista da banda Sex Bom-Omb e mora com seu colega de quarto gay Wallace Wells (Kieran Culkin) e essa vida estava perfeita para ele, até o surgimento de Ramona Flowers – OI LU! - interpretada por ninguém menos que Mary Elizabeth Winstead. Scott, então, totalmente apaixonado pela moça decide lutar por ela e quando eu digo lutar por ela, entenda isso de maneira literal, pois para ficar com ela, ele deve derrotas a Liga dos 7 Ex-Namorados do Mal! Sim, isso é insano, mas cale a sua mente e verá o quão genial tudo isso é.

Depois de engolir essa história insana eu realmente me interessei pelo filme e quando foram lançados os dois primeiro volumes aqui no Brasil eu logo comprei e li. Eu não vim aqui para fazer a resenha da HQ, mas sim do filme, porém tenho que dizer que fiquei impressionado com o modo que o mundo da cultura pop foi trabalho por O’Malley. As referências ao mundo nerd (principalmente ao vídeo-game) estava tão presente ali que antes mesmo de ler a HQ inteira eu já estava fascinado por Scott Pilgrim Contra o Mundo. E quando eu concluí a leitura e o êxtase passou duas grandes preocupações caíram sobre mim:

1. Scott Pilgrim seria interpretado por Michael Cera.

2. Como Edgar Wright levaria toda aquela magia criada dentro d HQ para as telas?

Pois bem, teaser trailers saíram e tudo parecia bem empolgante e perfeito, mas aquilo só explodia a minha cabeça por alguns instantes, eu queria mesmo ver é como o filme ficaria. Lançado em 13/08/2010 lá fora, o filme ficou em baixa nas bilheterias e isso resultou em adiamentos seguidos de adiamentos para o lançamento aqui e depois de muito enchimento de saco dos fãs a Paramount finalmente lançou os filmes em pouquíssimas salas nacionais em 05/11/2010.

Depois de tanto esperar eu acabei esquecendo o filme e foi achando ele por aí –BAIXANDO- que eu me lembrei dele, pois a espera havia sido tanta que eu até tinha deixado o filme pra lá e decidi esperar pelo DVD.

Quando eu terminei de assistir ao filme a minha vontade foi de começar a assistir outra vez pra que eu terminasse o filme e começasse mais uma vez. EDGAR WRIGHT VOCÊ CONSEGUIU! Scott Pilgrim Contra o Mundo é o melhor filme de 2010 até agora e se você não concorda com isso eu vou lhe explicar o motivo da sua discordância. Assistindo o filme você deve ter pensando: “Nossa! Que louco! Esse cara quebrando o pau com os maluco pela mina e tals!”, mas acorda seu animal! O filme não se trata só disso! O filme se trata também de um cara que passou da hora de acordar e de amadurecer, sobre um cara que precisa de um grande evento em sua vida para tornar-se aquilo que ele realmente é e é exatamente nisso que Scott Pilgrim Contra o Mundo acerta em cheio, porque querendo ou não, todos nós somos assim! Se identificar com Scott é fácil mesmo sendo interpretado por Michael Cera. O cara pela primeira vez atuou de verdade, Scott tá legal nesse filme e valeu Cera, valeu por não ser você não ter interpretado você mesmo neste filme. Mary Elizabeth Winstead é uma das atuações que me fazem tirar o chapéu, Ramona Flowers é um ser complexo e ela está impecável no filme. Wallace é um viadinho engraçado, seu personagem nas telas ficou exatamente como ele é nas HQs. Agora, de modo geral, a sensação que você tem ao assistir o filme é que você está assistindo o jogo de vídeo-game, pois a quantidade de referência ao mundo dos jogos eletrônicos está tão presente no filme quanto está na HQ, e você pode notar isso antes mesmo do filme começar, basta apreciar a vinheta da Universal em qualidade de imagem e som em 8bits. Wright adaptou os seis volumes da HQ para as telas com uma perfeição jamais vista por mim até este presente momento, ele fez muito bem o seu trabalho, pois podemos ver que a interação entre os atores está muito bem trabalhada e há clima! Até a Knives Chau, que é bem chatinha nas HQs ficou uma garota legal no filme, bom trabalho Ellen Wong! A quantidade de informações que bombardeiam a tela durante o filme não deixa você com náuseas ou tonto, você consegue entender todas as seqüências de ação, todos os diálogos rápidos e inteligentes, tudo está muito bem trabalhado no filme, principalmente a trilha sonora que é tão divertida e dinâmica quanto o filme em si.

Scott Pilgrim Contra o Mundo é isso, um filme épico que não recebeu o reconhecimento que merece pelo público, talvez porque ele não é enxergado da forma que merece ser enxergado, com respeito por ser único no seu gênero, pois não há filme igual a este. Scott Pilgrim Contra o Mundo é o épico da epicidade épica e que deixará você com “lésbicas” pelo seu estilo empolgante, dinâmico e divertido a não ser que você tenha a mente fechada e a uma visão que não enxergue tão longe, mas quanto a isso fique tranqüilo, pois a diversão é garantida mesmo para os mais nós - cegos de todos e com certeza você terminará o filme já com a mão no botão RESTART*.

Nota: 10.

Scott Pilgrim Contra o Mundo

Scott Pilgrim vs The World

EUA, Inglaterra e Canadá, 2010 – 112 minutos

Direção: Edgar Wright

Roteiro: Edgar Wright, Brian Lee O’Malley, Michael Bacall


*Sem piadinhas com o lance do botão RESTART, ok?